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Terrorismo-Por que existem os chamados lobos solitários?

Acabei de ver mais uma notícia de tiroteio em massa na Austrália, dessa vez ferindo 7 pessoas. Não pude deixar de lembrar de um livro que ando lendo , relendo e recomendando constantemente. O livro chama-se “ O fim do poder” escrito por Moisés Naim, ex ministro da Venezuela durante a era pré Chavez, em seu livro Naim nos explica que o Poder não mais se concentra em grandes impérios , territórios e países apenas, mas sim que ele ( o poder), está sendo diluído e reformulado em especial pelas diversas mudanças sociais e tecnológicas que estamos vivendo nos últimos anos.

Tá... Mas o que isso tem haver com o massacre na Flórida e de tantos outros que vem ocorrendo ? Eu respondo. Em um dos capítulos do livro, Naim fala sobre como as guerras vem sofrendo uma importantíssima modificação em suas dinâmicas, desde o fim da Segunda Guerra Mundial, os exércitos não mais tem se organizado em imensas frentes de batalhas com centenas de fileiras, ou se envolvido em guerras de proporções globais. O que vem acontecendo é justamente o contrário, as Guerras continuam a existir, porém são travadas de forma diminuída, dissimulada e assimétrica, e não mais em campos de batalha mas sim em pequenos grupos capazes de empreender grandes estragos em grandes e bem estruturados exércitos ou potências militares, vide as ações Jihadistas no Oriente Médio ou mesmo as ações das organizações criminosas , e não mais facções que atuam de forma assimétrica nas favelas do Rio. Temos aí uma modificação no uso das teorias de Clausewitz e outros teóricos de guerra tão largamente utilizados nas academias militares.

E aqui está o link que quero fazer. Se esses exércitos menores conseguem infringir grandes baixas de forma dissimulada e em especial descentralizada, temos então o encaixe perfeito para o surgimento dos chamados “Lobos solitários” ou “atiradores em massa”, justamente por não precisarem da formalidade da Guerra e terem a seu dispor um sistema complexo e ao mesmo tempo difuso através da informação e circulação cada vez mais ampla de capitais , pessoas e até mesmo estímulos e ideologias através dos processos da Globalização, temos visto e veremos com mais e mais intensidade ações como a desse tipo, não apenas por sua facilidade logística mas também por sua dificuldade de detecção via meios formais dos sistemas criminais e de segurança , tendo apenas como recurso com maior probabilidade de acerto as ações e serviços de inteligência via monitoramento de suspeitos, o que gera por si só a criação de uma linha tênue acerca do direito de privacidade dos indivíduos.

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