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Quem lembra da paquistanesa Asia Bibi?


Hoje é dia de escrever sobre um “tema invisível”. Sabe aquele tipo de conteúdo que antecipadamente você espera reação de desprezo? Afinal, não decidi discorrer nesse fim de semana frio e chuvoso sobre os paradoxais transtornos da política nacional e nem sobre a vida de algum “famoso gospel” ou sobre os “modismos doutrinários” que encantam os teólogos em suas “aventuras conjecturais” alardeadas como ideias dotadas de sapiência e espiritualidade agigantadas.

O tema que inflama meu coração diz respeito ao sofrimento de uma “mulher”. Não me refiro à nenhuma celebridade do pomposo universo feminino esquerdista que gera apreciação quase geral em relação aos seus “dramas” construídos de acordo com a agenda ideológica que delimita e “deforma” os mais elementares conceitos de direitos humanos...

Convenhamos, se escrevesse sobre uma “show woman” que brilha nos palcos evangélicos ou seculares, possivelmente, obteria a visibilidade necessária para possibilitar discussão nas redes e entes públicos acerca de “questões proibidas” para os “humanistas da esquerda” e respectivas “comparsas feministas”: cristofobia[1], misoginia[2], apartheid islâmico[3] e sharia[4] (lei islâmica) como base jurídica para a decretação de pena de morte dos “inocentes infiéis” que não se submetem aos comandos da “religião da paz” em países muçulmanos reconhecidos como “moderados” pelo Ocidente averso aos princípios civilizacionais que propiciaram a formação da própria identidade e sobrevivência.

Aqueles que conhecem a minha forma de escrever já estão acostumados com a objetividade de uma jornalista que foca a notícia comumente ignorada ou manipulada pela “mídia mainstream” sem apresentar, na maioria das vezes, concepções pessoais. Quando cito, por exemplo, as bases do “Islã ortodoxo” como fundamento de perseguição covarde contra minorias étnicas, religiosas e de gênero, não caio nas sutilezas escorregadias da “opinião”. Tenho por praxe recorrer ao “parecer” de quem entende do tema: clérigos e demais autoridades islâmicas, além de poucos especialistas e think tanks no Ocidente. Porém, o assunto “Asia Bibi” mexe com as minhas emoções. De um modo diferente, é verdade! Não ataco jamais a pessoa do muçulmano, mas me oponho de forma ordeira, porém, combativa à suposta fé que tem por pressuposto básico “submeter” toda humanidade a padrões comportamentais que suprimem as “liberdades individuais” sob pena de castigos corporais consignados em seus escritos sagrados.

Creio ter o direito de combater uma ideologia – é assim que vejo – que usa o aparato religioso para promover as mais abjetas violações dos direitos humanos, e quando faço isso, lembro daquela que sem qualquer apoio midiático é considerada o “símbolo internacional da luta contra a lei da blasfêmia[1]”. Daí, aparecem algumas perguntas incômodas para os “seres pensantes”: Símbolo? Como assim? Qual a categoria que essa desconhecida mulher representa para alcançar o elevado status simbólico?

Essa “mulher cristã” - ignorada pelas feministas ocidentais - foi injustamente aprisionada no Paquistão, “país muçulmano moderado”, pela simples ação de não aceitar se submeter forçosamente à crença islâmica após o ato de “contaminar” a água do poço utilizado por outras muçulmanas, bebendo e ofertando o recurso natural para suas colegas de trabalho[2]. Além de aprisionada por não declarar a “shahada” (testemunho de fé muçulmana) em substituição à sua fé original, a cristã Asia Bibi também “mereceu” a sentença de ENFORCAMENTO, já confirmada na segunda instância do Judiciário paquistanês, aguardando, apenas, o veredito final em última instância[3]. Ela só não “mereceu” o direito de ser reconhecida como “símbolo de coisa alguma” por seus irmãos cristãos! São poucos “ativistas fora da curva” que acreditaram que a dor dessa cristã presa num Estado muçulmano deveria simbolizar a luta de incontáveis anônimos sem expressividade junto à ONU e que se opõem à implantação global de um sistema de dominação ideológica baseado na “força da ameaça[4]” e no “poder sedutor dos petrodólares[5]”.

No “trevoso aniversário” ao completar 9 anos de aprisionamento, Asia Bibi se vê ABANDONADA por seu país – já que dificilmente o Judiciário paquistanês reformará a sentença – e também por “humanistas da esquerda”; atrizes famosas que adoram “passear em locais seletivamente escolhidos” para refletir suas “almas caridosas”; ONU, que silencia até notórios genocídios contra cristãos; comunidade internacional, que tem agenda voltada a deslegitimar e ridicularizar as ações do “perigoso Trump”; e as lideranças cristãs, voltadas para a reprimenda da ameaçadora “islamofobia”, promovendo demonstrações pitorescas de amor aos imigrantes muçulmanos, abolindo, no entanto, seus princípios embrionários em nome do “amor que tudo acolhe”, menos o seu próprio povo!

No dia 14 de junho, Asia Bibi amargou muito mais que 9 anos de solidão numa prisão “presenteada” pelos seguidores cegos da “religião da paz”... A pior solidão tem sido imposta covardemente por sua “família na fé”. A maioria esmagadora dos “irmãos cristãos” nunca acolheram essa “mártir” como “símbolo de fé, amor e coragem”.

A “simbologia” dessa “geração cristã” egoísta e perversa está nos seus velhuscos costumes expressando a mais vazia e medíocre “religiosidade” que vem permitindo o crescimento do Islã em todo mundo. O mesmo Islã - cujas autoridades condenam uma cristã pobre no Paquistão por não rejeitar sua fé – submete à “mordaça” o Ocidente e suas igrejas carcomidas pelo desamor que não socorre os seus mártires.Mas, nem tudo está perdido... Eis que aparece o “caridoso Papa Francisco”, que num gesto nobre de “compaixão cristã” ofertou o seu “sagrado tempo” para receber o esposo e a filha da católica condenada à morte. Todos que assistiram o encontro ficaram “emocionados” e o motivo de tanta felicidade foi bem registrado pelo site católico ACI Digital: “O encontro, que durou 40 minutos, teve um componente principal: a fé”[1].

Aliás, a entidade católica se enganou, a fé não foi o “componente principal” e sim, o “único componente de esperança” na reunião que teve reza, abraços, referência à Asia Bibi como “mulher mártir”, porém, nenhuma prontificação explícita de ofertar apoio efetivo à cristã condenada ao enforcamento. O Papa, que faz discursos entusiasmados pedindo abertura de fronteiras na Europa[2] - sem abrir mão das muralhas e seguranças em sua “cidade fortificada” – não reconheceu em Asia Bibi a simbólica luta contra a “lei” que a condenou (sharia), pois seria incoerente com seu gesto de abraçar a mais importante liderança muçulmana sunita que apoia doutrinariamente as odiosas perseguições aos cristãos no Egito e nos demais países muçulmanos, o sheik Ahmed Mohamed Al-Tayeb, imã responsável pelo principal centro ideológico sunita do mundo, a Universidade Al-Azhar, no Cairo[3].

O “Santo Padre” não seria “louco” de agir como o saudoso Papa Bento XVI, que teve a “embófia” de pedir às lideranças mundiais para “protegerem os cristãos que viviam no Egito depois que um ataque jihadista muçulmano contra uma Igreja Copta matou 21 cristãos”[4]. Na época, o sheik Ahmed Al-Tayeb - que não reconhece o Estado lslâmico como “perversão do verdadeiro Islã” – cortou laços com a igreja católica. Esclareça-se, “laços de engano”, uma vez que o sheik Ahmed rejeita reforma na religião islâmica para extrair doutrinas violentas, apoiando, inclusive, a pena de morte para os apóstatas[5].

Ora, se o Papa Francisco fizesse um apelo público pela liberdade da “desconhecida” Asia Bibi correria o mesmo risco de perder os “proveitosos laços de amizade” com o sheik Ahmed num contexto em que os cristãos alcançaram o pior nível de perseguição de todos os tempos. O sr. Francisco não quer “birra” da mais poderosa liderança muçulmana sunita, apesar de seu festejado encontro não ter prestado nenhuma informação sobre qualquer garantia de mudanças no arcabouço procedimental do Islã a fim de impedir a costumeira perseguição contra cristãos.

Outrossim, já ressalto que embora não retire o peso da responsabilidade das principais lideranças cristãs no mundo, independentemente de quaisquer segmentações teológicas, destaco a figura do Papa em virtude do seu comportamento atencioso às pautas da agenda comuno-islâmica, sendo negligente no tocante aos interesses de suas “ovelhas” que estão sendo dizimadas nos “verdejantes pastos muçulmanos”.

Nesse triste dia de consternação profunda por não ser capaz de levar a voz dessa fantástica cristã para os “corações duros“ da cristandade moderna, lembro que a maravilhosamente humilde Asia Bibi ofertou ao Papa ação que retrata o verdadeiro sentido do Cristianismo que ele não professa: enviou-lhe um beijo através da filha, manifestando amor, ternura e respeito àquele que traiçoeiramente abraça os ideólogos que fundamentam o ódio assassino de seus algozes[1].A “resposta” do Papa ao comportamento louvável de Asia Bibi não poderia ser diferente... Ofertou apenas orações e um terço para acompanhá-la em sua ignomínia. Como bem lembrado pela mártir, resta-lhe a fé, pois a “igreja” e seus principais líderes já sumiram há nove anos. Na igreja atual, a “memória” de um passado de apreço e socorro aos seus mártires foi “esquecida” tal qual Asia Bibi na negrura de uma sectária cela muçulmana.

 

[1] http://www.jornalcristao.com.br/noticias/igreja-perseguida-martirio-desprezado-por-cristaos-triunfalistas--por-andrea-fernandes

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[2] http://www.raciociniocristao.com.br/2016/12/feministas-uni-vos-contra-feminicidio-islamico/

3] https://ecoandoavozdosmartires.wordpress.com/2015/11/09/analise-apartheid-de-genero-difundido-no-mundo-islamico/

[4] https://ecoandoavozdosmartires.wordpress.com/2016/11/11/lesbica-conta-como-e-viver-com-a-namorada-no-ira-onde-ser-gay-e-ilegal/

[5] https://www.rtp.pt/noticias/mundo/supremo-tribunal-do-paquistao-suspende-sentenca-de-morte-de-asia-bibi_n846420

[6] http://www.raciociniocristao.com.br/2016/09/martirio-silencioso-de-asia-bibi/

[7] https://noticias.cancaonova.com/mundo/tribunal-confirma-condenacao-a-morte-para-crista-asia-bibi/

[8] https://ecoandoavozdosmartires.wordpress.com/2018/06/11/erdogan-afirma-que-a-repressao-da-austria-aos-imas-jihadistas-esta-levando-a-uma-guerra-entre-a-cruz-e-o-crescente/

[9] https://noticias.r7.com/internacional/eua-fazem-acordo-para-venda-de-110-bilhoes-de-dolares-em-armas-a-arabia-saudita-20052017

[10] https://www.acidigital.com/noticias/papa-francisco-teve-encontro-emocionante-com-familia-de-asia-bibi-37984

[11] https://internacional.estadao.com.br/noticias/geral,papa-francisco-pede-que-paises-europeus-abram-seus-coracoes-e-suas-portas-aos-imigrantes,1844421

[12] https://artigos.gospelprime.com.br/verdadeira-mensagem-do-encontro-entre-o-papa-e-o-sheik-muculmano/

[13]https://istoe.com.br/papa-francisco-recebe-ima-ahmed-el-tayeb-no-vaticano-em-reuniao-historica/

[14] http://raymondibrahim.com/2016/07/20/the-two-faces-of-al-azhar/

[15] https://www.acidigital.com/noticias/papa-francisco-teve-encontro-emocionante-com-familia-de-asia-bibi-37984

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